Há um ano atrás, a Serra da Mantiqueira pedia socorro! Foi no inicio da noite do dia (16) e na madrugada do dia (17) de julho, que o fogo teve inicio e se alastrou rapidamente.
Por Jornalismo:
O fogo teve inicio do lado da Serra que pertence ao Estado de Minas
Gerais e no dia seguinte as chamas atingiram o território do Estado de São
Paulo. Com isso uma a operação foi iniciada no mesmo dia com a instalação do
Posto de Comando da Operação na Escola de Educação Física de Cruzeiro/SP, onde
também foram concentrados todos os recursos utilizados.
Posteriormente,
foi necessária a ativação de um Posto Avançado de Operação, na base do Pico da
Mina, em propriedade particular, para facilitar a captação de água pelos
helicópteros Águia do Comando de Aviação da Polícia Militar do Estado de São
Paulo.
Nos primeiros dias da Operação, os
helicópteros transportaram equipes de bombeiros militares para o alto do pico,
onde permaneceram por dois dias ininterruptos. Esta ação foi fundamental para
isolar o incêndio, evitando que o fogo se propagasse para várias direções.
Quando as chamas atingiram as encostas íngremes do pico, onde não era possível a permanência humana, os helicópteros Águia começaram o combate aéreo, por meio de lançamento de água diretamente nas chamas.
No total, as aeronaves fizeram 476 vôos de lançamento, totalizando um volume de 274.000 litros de água. Além disso, a FAB também realizou 3 vôos de lançamento de água, com 12.000 litros lançados em cada vôo. No total, foram lançados 268.000 litros de água.
No dia 24 de julho, durante o último sobrevôo do dia, os militares verificaram que toda a região estava em segurança. Assim, foi iniciada a fase de monitoramento da Operação, que foi desenvolvida por uma aeronave Águia e uma equipe de bombeiros militares durante os dois dias seguintes ao término do incêndio.
Área atingida
De acordo com as informações, pelos cálculos iniciais, o incêndio avançou por mais de 530 hectares de áreas ambientalmente protegidas da Serra da Mantiqueira, divisa do sul de Minas Gerais com os municípios de Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz, região onde se situa a Pedra da Mina. A princípio, o Gaema e a Promotoria do Meio Ambiente de Cruzeiro/SP solicitaram providências e auxílio técnico a órgãos estratégicos, em um procedimento aberto pelo MP em 2018 para acompanhar o combate de queimadas e incêndios florestais em unidades de conservação do Vale do Paraíba.
Na ocasião, foram solicitados dados obtidos por imagens de satélite acerca da área afetada e possíveis medidas de apoio para combate ao incêndio florestal, além de dados relativos à dimensão da área afetada, aos impactos ambientais ocasionados à flora e à fauna, e à identificação do local de origem do fogo e sua provável causa.
Após a contenção do fogo e com a possibilidade de uma vistoria no local, o Gaema realizou no dia 14 de agosto de 2020, com apoio do Grupamento Aéreo Águia da Polícia Militar, um sobrevoo na região afetada. Já na região, a equipe desembarcou para os trabalhos de campo com o auxílio de drone para a realização de um mapeamento por imagens de parte da área consumida pelas chamas.
O objetivo foi coletar dados relativos aos danos ambientais causados à biodiversidade e obter demais vestígios quanto à suposta origem criminosa do fogo.
A operação contou com um perito da
Polícia Federal, um perito da Polícia Científica, um pesquisador especialista
da Universidade Federal de Lavras, um analista ambiental do ICMBio e uma
representante da sociedade civil que acompanhou a mobilização dos órgãos para a
contenção do incêndio, assim como dois representantes do Corpo de Bombeiros.
Recuperação das áreas afetadas
No momento da vistoria, as equipes observaram o início da recuperação de algumas poucas espécies da vegetação existentes na região. Além disso foram analisadas imagens realizadas com drone, para que fosse possível um maior detalhamento e análise da situação. Com as análises, alguns laudos puderam ser realizados pelo Gaema.
Atualmente, as equipes trabalham no sentido de viabilizar um protocolo entre os órgãos, visando ainda a prevenção e atuação contra incêndios florestais e queimadas descontroladas, mediante a instalação temporária (sempre que necessária) de uma estrutura mínima que sirva de “Hospital Veterinário de Campanha”, de caráter itinerante e com equipamentos e medicações suficientes para os primeiros atendimentos clínicos aos animais resgatados. Este procedimento vai ajudar a tratá-los, reabilitá-los e posteriormente devolvê-los à natureza.
Mas no momento, o órgão está aguardando a vinda de outros dados e a realização de algumas diligências para uma conclusão oficial.
Infelizmente, em razão de algumas situação, atualmente as operações na região estão suspensas e as equipes não conseguem retornar ao local. Para o Gaema, após a vistoria inicial, é necessário outras diligências na região para uma análise mais assertiva sobre o estágio atual da recuperação do local.