“A busca pela saúde e por um corpo melhor passa necessariamente pela alimentação. Hoje a internet traz mais diversas estratégias alimentares para atingir estes objetivos e um arsenal infinito de informações, que podem ser “faca de dois gumes”, se usadas sem um acompanhamento individualizado e preciso”, diz o nutrólogo do HSPE doutor Edivaldo Guimarães Júnior.
O médico conta que não é incomum a procura no consultório de nutrologia por pessoas que iniciaram alguma dessas dietas e estão coletando efeitos colaterais, que podem ser graves e colocar a vida em risco.
O jejum intermitente, que significa períodos sem se alimentar (por vezes longos) e depois período com alimentação livre. Esse método melhora os níveis glicêmicos (açúcar) e de gordura no sangue, com isso corroborando para o aumento da expectativa de vida. Porém, para pessoas diabéticas e hipertensas essa estratégia pode ser extremamente perigosa, podendo, inclusive, levar a óbito.
As dietas com baixa ingestão de carboidratos (Low Carb) estão bastante difundidas e funcionam razoavelmente bem, porém, essas dietas podem piorar quadros de compulsão alimentar. Também não estão indicadas para crianças e adolescentes já que nesta fase esses grupos necessitam do carboidrato para o crescimento.
Atletas de alto rendimento, principalmente para esportes de explosão e força também necessitam do carboidrato como combustível muscular. A diminuição do seu consumo pode provocar a diminuição do rendimento esportivo. Sempre é necessário ficar atento aos distúrbios provocados pela deficiência de minerais e vitaminas nesse grupo. Também necessário ficar atento com a sobrecarga renal devido ao aumento do consumo de proteínas.
Já a dieta cetogênica, uma variante da dieta anterior, propõe a diminuição ainda mais drástica de carboidratos com o aumento do consumo de gorduras, também é bastante utilizada para a redução de peso. Devido ao emagrecimento rápido, a dieta cetogênica ganhou logo destaque nos blogs e sites. Entre os efeitos colaterais que devem ser monitorados estão a desidratação grave, tontura, desmaios, distúrbios eletrolíticos, dores de cabeça, aumento do colesterol LDL e deficiências graves de minerais e vitaminas (ainda mais comum do que na dieta de baixo consumo de carboidratos).
Um protocolo alimentar que cada vez tem ganhado mais relevância no meio digital é o VLCD do inglês ‘very low calorie diet’ ou dieta de muito baixa caloria, também apelidada de dieta da NASA. Neste protocolo são ofertadas quantias que normalmente não ultrapassam 800kcal/dia. Apesar da perda rápida de peso é uma dieta de difícil execução que pode piorar quadros de compulsão alimentar e de outros transtornos alimentares.
Uma preocupação constante para este grupo é a perda da massa magra, que pode ocorrer de forma acelerada, por isso, é necessária uma avaliação profissional porque pessoas com baixa massa muscular baixa ou no limite inferior devam ser desencorajadas a realizá-la.
“A sua execução deve ser controlada e a variação da quantidade de músculo sempre avaliada sendo necessário suspendê-la se a massa muscular apresentar queda e coloque o paciente em risco. Devido à baixa ingestão de nutrientes, distúrbio de minerais e vitaminas são bem comuns na VLCD, sendo necessário suplementá-los com polivitamínicos e o acompanhamento de sinais, sintomas e níveis séricos (quando necessário) é imprescindível”, o especialista alerta.
Portanto, é necessário sempre ser acompanhado por uma equipe treinada, para que possa maximizar os resultados e diminuir os efeitos colaterais, finaliza .